Processos de dor, tristeza e sofrimento são todos baseados nos valores que temos: nas expectativas, nos pensamentos sobre si próprio, sobre alguém ou sobre alguma coisa. Quando não somos correspondidos, a dor se torna insuportável. A intensidade da dor é proporcional à expectativa criada sobre algo ou sobre alguém. Esse resultado frustrante é fruto da nossa criação, nós criamos nossa historinha.
Temos duas alternativas nesse instante: ficando na dor mesmo e deixando ela se diluir com o tempo e a outra é pegar esse instante de dor e tirar dele a essência e fazer dele nossa força viva. Doar a essência da dor à força do nosso poder interior. Dessa maneira a energia do sofrimento, transforma-se em devoção e entrega. Nessa transformação colabora-se e passa-se a servir ao Grande Movimento cósmico de mudança, de aprimoramento de nossa raça. Essa é uma opção muito forte, tem que vir de dentro do ser, do mais profundo espaço interior mesmo, de dentro. Para que isto aconteça, ou seja, pra transformar a dor em força viva não temos tempo de bolar planos para isso ou aquilo, mas sim adotar uma ação concreta. Porque dessa prisão chamada sofrimento só se sai pela ação e não pelo pensamento. A ação realmente produz o milagre – é quando nos colocamos em comunhão real com a natureza ou com algo que amamos, confiando, transformando a força da destruição em força de construção . E como náufragos transformar tudo aquilo que nos submergia na nossa própria salvação.